quarta-feira, 3 de junho de 2015

Pessoas Vazias

Pessoas vazias deveriam se encher. Pessoas vazias sofrem, como um saco vazio desmoronam rápido. Deveriam se encher de coisas boas, com tanto espaço que possuem, preferem o vazio da escuridão, da solidão, do amargor, do infinito. Pessoas vazias são vazias de tudo, de coisas boas e de coisas ruins. Às vezes é melhor que sejam vazias do que cheias de coisas ruins. Mas duvido que no meio de coisas ruins não se possa retirar ou descobrir pelo menos uma boa, uma virtude, pode não ser boa pra todos, mas pra um pelo menos há de ser. Autoafirmação é algo que eu acho que nunca usei e realmente acho desnecessário. Chega a ser deprimente, diminui ainda mais o que já é tão pequeno. Mas tem muita gente que prefere enganar a si próprio achando que engana os outros. Na verdade, essas são pessoas que precisam da opinião do outro pra viver. Se alguém precisa repetir infinitas vezes que é feliz, ou que tem as melhores coisas, na verdade essa pessoa só está querendo se mostrar, quer aparecer, quer acreditar naquilo pra esse vazio doer menos, a pessoa quer parecer o que não é e só deseja ser invejada, mas que mente mais desajustada, se ela é quem inveja e quer fazer de conta que o jogo está inverso. Bens não aproximam pessoas, pelo contrário podem até afastar. Já os bons, não só aproximam como não perdem as pessoas. Viver pra gente é melhor do que viver pros outros, pensando no que vão pensar da gente. Além de ser mais divertido e o risco de dar certo é muito maior. Eu prefiro viver a realidade, doa a quem doer, mesmo que a dor seja enorme, a gente aprende a conviver com ela e acaba até se acostumando de tal forma que a ferida cicatriza e só serve de história pra ser contada. Pessoas vazias precisam se mostrar para os outros, pessoas cheias são notadas sem precisar fazer estardalhaço e fazem falta às outras pessoas, tornam-se necessárias, imprescindíveis. O vazio não causa inveja, o vazio cria o seu próprio mundo, um mundo inexistente, torna-se doença, quase que sem cura. O vazio se idealiza como se fosse cheio e assim se esvazia mais ainda, míngua, torna-se nada. Quem precisa de nada pra viver?

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